O luto é uma resposta natural e esperada diante ao rompimento de um vínculo afetivo importante como a morte de uma pessoa amada, o término de um relacionamento, desemprego, mudança de cidade, entre outras situações. Essa experiência é única e singular: cada um terá o seu próprio processo (e tempo) de readaptação à nova realidade.

No contexto de trabalho do profissional de saúde (principalmente aqueles que atuam em unidades hospitalares), a morte é, inevitavelmente, muito mais presente. Profissionais de saúde aprendem e atuam na busca pela cura e qualidade de vida dos pacientes, entretanto, quando alguém vai a óbito, precisam enfrentar aquela perda com consciência do significado da morte.

Muitas vezes, o sentimento de impotência e até mesmo culpa diante da impossibilidade de evitar-se a morte pode acometer os pensamentos do profissional.

No processo de terminalidade da vida, a equipe de saúde mantém uma relação diferenciada com o paciente por estar em contato direto com as necessidades da pessoa doente e seus familiares, criando, assim, um vínculo afetivo. Ao mesmo tempo, estão mais suscetíveis ao estresse a sensação de fracasso diante da morte.

APESAR DA CONSCIÊNCIA DE QUE O PROCESSO DA MORTE É INERENTE AO CICLO DA VIDA, A COMPAIXÃO PODE LEVAR OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE A ENFRENTAREM AS DORES DO LUTO.

Surge, então, a necessidade de um olhar mais cuidadoso para quem vive neste ambiente hospitalar. É preciso um preparo psicológico e emocional para lidar com as questões sobre morte e luto que emergem a partir de uma perda. Os abalos resultantes desse fenômeno podem afetar negativamente sua vida pessoal e rotina de trabalho, afetando, inclusive, a possibilidade de tomar as próprias decisões.

A resistência a assuntos relativos à morte e a ampla cultura da negação da morte são fatores que favorecem repercussões negativas para quem trabalha na área.

Profissionais de saúde precisam ser treinados emocionalmente para lidar com a perda dos pacientes e para saberem lidar e se relacionarem com os familiares, fornecendo apoio e orientações sobre o processo do adoecimento: isso tudo exige maturidade e aceitação da morte como um fato normal.

Entretanto, não somos inatingíveis ou inabaláveis. Permitir-se sentir as dores do luto é um ato de compaixão por nós mesmos. Porém, quando essas perdas estiverem trazendo prejuízos para a vida, a orientação é que se busque apoio profissional com psicólogos e psiquiatras.

“A dor do luto é proporcional à intensidade do amor vivido na relação que foi rompida pela morte, mas também é por meio desse amor que conseguiremos nos reconstruir.” Ana Claudia Quintana Arantes

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